segunda-feira, 30 de março de 2020

BNCC

A BNCC - Base Nacional Curricular Comum é uma realidade.


Não adianta ainda ensinar como há trinta anos atrás, é preciso que nos adaptemos quanto educadoras para garantir um ensino integral (em que o aluno aprenda como um todo e não período integral na escola heim pessoal).
Apesar dos esforços que as Secretarias de educação estão realizando com capacitações ainda é muito difícil relacionar a nossa prática em sala de aula com as novas exigências, talvez por insegurança do novo, ou por resistência das nossas antigas práticas.
Mas nem tudo é tão diferente assim, algumas coisas apenas mudaram de nome, e com muito estudo vamos nos adaptar a essa nova realidade.
No meu ponto de vista uma coisa muito positiva é a participação de todos nos currículos estaduais e municipais, assim permitindo que os professores também possam opinar, diferente de antigamente que vinha uma receita de bolo pronta, e que muitas vezes não tínhamos os ingredientes para fazê-lo por especificidades regionais, por exemplo. 
Outro ponto positivo é a inclusão do local, considerando o lugar e o território do aluno, que ajudam muito na construção do saber e da cidadania.

Para quem quiser se aprofundar segue um breve resumo das mudanças trazidas pela BNCC que está disponível no Portabilis (Disponível em: https://blog.portabilis.com.br/mudancas-da-bncc-2020/)

Beijo
Prof Joice Bueno


A BNCC define dez competências gerais que englobam os seguintes aspectos:
  1. Conhecimento
  1. Pensamento científico, crítico e criativo
  1. Repertório cultural
  1. Comunicação
  1. Argumentação
  1. Cultura digital
  1. Autogestão
  1. Autoconhecimento e autocuidado
  1. Empatia e cooperação
  1. Autonomia e responsabilidade

Educação Infantil
  1. Conviver;
  1. Brincar;
  1. Participar;
  1. Explorar;
  1. Expressar;
  1. Conhecer-se.
  1. O eu, o outro e o nós;
  1. Corpo, gestos e movimentos;
  1. Traços, sons, cores e formas;
  1. Escuta, fala, pensamento e imaginação;
  1. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

Ensino Fundamental
  1. Linguagens;
  1. Matemática;
  1. Ciências da natureza;
  1. Ciências humanas;
  1. Ensino religioso.
  • Habilidades, que devem ser relacionadas a:
  • Objetos de conhecimento (conteúdos, conceitos e processos), organizados em:
  • Unidades temáticas.

Ensino Médio
  1. Linguagens e suas tecnologias;
  1. Matemática e suas tecnologias;
  1. Ciências da natureza e suas tecnologias;
  1. Ciências humanas e sociais aplicadas.

Principais impactos e desafios
  1. Estruturação da governança da implementação;
  1. Estudo das referências curriculares;
  1. Re(elaboração) curricular;
  1. Formação continuada;
  1. Revisão dos projetos pedagógicos;
  1. Materiais didáticos;
  1. Avaliação e acompanhamento de aprendizagem.

Conheça maneiras de ajudar a sua escola a superar alguns desses desafios

São contemplados elementos cognitivos, sociais e pessoais a serem desenvolvidos pelos alunos. Se aplicam a toda a área do conhecimento, independente do componente curricular.
A ideia não é planejar uma aula específica sobre as competências contempladas na Base Comum Curricular, mas articular a sua aprendizagem à de outras habilidades relacionadas às áreas do conhecimento.
A priorização do desenvolvimento de competências é muito mais moderno e efetivo do que olhar para o desenvolvimento de um conteúdo específico.
Vale ressaltar que, a BNCC diz aonde se quer chegar com a educação, mas os responsáveis pelos caminhos para chegar até lá são os currículos.
Na imagem abaixo, você compreenderá como a estrutura ficou organizada:
Perceba que toda a estrutura da educação básica se inicia pelas competências gerais, sendo que cada etapa é pensada em um formato diferente. Entenda todas essas mudanças, com maiores detalhes, abaixo.
Na Educação Infantil, os currículos precisam ser elaborados seguindo alguns eixos estruturantes, que correspondem aos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento:
  1. Conviver;
  2. Brincar;
  3. Participar;
  4. Explorar;
  5. Expressar;
  6. Conhecer-se.
 Além dos cinco campos de experiências:
  1. O eu, o outro e o nós;
  2. Corpo, gestos e movimentos;
  3. Traços, sons, cores e formas;
  4. Escuta, fala, pensamento e imaginação;
  5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Por fim, é necessário definir os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para cada faixa etária − bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas.
O Ensino Fundamental passou a ser estruturado através de cinco áreas do conhecimento, são elas:
 Vale destacar que essas áreas foram pensadas, dentre outros fatores, para favorecer a comunicação entre os saberes dos diferentes componentes curriculares. 
Cada área do conhecimento possui competências específicas a serem desenvolvidas pelos alunos, assim como cada componente curricular (Língua Portuguesa, Educação Física, Geografia, História, etc), conforme a fase do ensino − Anos Iniciais e Anos Finais. 
Para desenvolver as competências específicas de cada componente curricular e fase do ensino é necessário a definição também de:
O Ensino Médio foi a última etapa de ensino a ser homologada − em dezembro de 2018 − após inúmeras consultas públicas. Diferente do Ensino Fundamental, suas áreas de conhecimento foram estruturadas da seguinte forma:
  1. Linguagens e suas tecnologias;
  2. Matemática e suas tecnologias;
  3. Ciências da natureza e suas tecnologias;
  4. Ciências humanas e sociais aplicadas.
Essa nova organização não quer dizer que haverá a exclusão das disciplinas, mas sim, uma maior conexão entre elas, além de uma maior proximidade com a realidade dos alunos.
No novo formato, cada área do conhecimento possui competências específicas que, por sua vez, devem ser relacionadas a um conjunto de habilidades, correspondentes às aprendizagens fundamentais a todos os alunos do Ensino Médio.
Considerando que são componentes obrigatórios nos três anos do Ensino Médio, devem ser detalhadas habilidades específicas para Língua Portuguesa e Matemática.
Para que tenhamos um processo de re(elaboração) dos currículos de forma articulada, e para que não existam inúmeros modelos do documento no País, foi criado um padrão de currículo através de um regime de colaboração.
A ideia é que os Estados junto com seus Municípios padronizem um modelo, porém agregando as especificidades de cada cidade. O regime colaborativo acaba abrindo portas para que outros assuntos possam ser trabalhados de forma articulada, e não apenas na elaboração do currículo.
Vale destacar que o impacto se dará, não apenas na re(elaboração) dos currículos, mas nos processos de ensino e aprendizagem, gestão, formação de professores, avaliações e no próprio Projeto Político-Pedagógico (PPP). Perpassando as etapas abaixo até chegar na implementação da BNCC nas escolas:
 A situação atual − início de 2020 − é 100% dos referenciais curriculares da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, em todo o Brasil, alinhados à BNCC e aprovados. Sendo que os últimos estados a finalizarem o documento foram o Rio de Janeiro e o Amazonas.
É importante lembrar que o processo de revisão dos referenciais curriculares contou com a colaboração entre estados e municípios e com a disponibilização do documento para consulta pública. Procurando tornar o trabalho o mais transparente e democrático possível.
Essas aprovações marcaram o fim da primeira etapa da implementação da BNCC − para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental − e deram o pontapé para que as próximas fases sejam executadas.
Considerando que 2020 é quando a BNCC deve chegar em todas as escolas do País, gestores escolares e professores já estão sendo preparados por meio de formação continuada. Além disso, outras mudanças nas escolas já estão ocorrendo, como a revisão dos projetos pedagógicos e o planejamento do novo ano letivo levando em conta a nova estrutura.
O maior desafio virá quando ocorrer a implementação da BNCC no Ensino Médio. Um ponto de atenção, por exemplo, será organizar a progressão das aprendizagens e, ao mesmo tempo, equilibrar os componentes obrigatórios aos flexíveis  − os chamados itinerários formativos.
Lembrando que algumas das práticas previstas na Base Comum Curricular são aplicadas de forma intuitiva em várias escolas, mas com a sistematização e o planejamento do processo educacional, essas práticas serão aplicadas de maneira intencional e impactarão muito mais alunos em todo o território nacional.
Sabemos que a BNCC ainda possui inúmeras oportunidades de melhorias, mas é verdade que trará um grande avanço para a educação no País.
O documento normativo, com certeza, passará por mais revisões ao longo dos anos. A Austrália é um exemplo disso, sua base passou por oito revisões até que chegasse ao ponto que gostariam.
As mudanças projetadas através da BNCC, em resumo, trazem uma grande expectativa para garantirmos a questão do aprendizado e a constante melhoria do ensino, temas centrais quando falamos da construção do saber.
Movimento pela Base Nacional Comum é um grupo não governamental que reúne várias pessoas e entidades que atuam na causa da BNCC. No site do movimento, você encontra guias e vídeos para entender a BNCC na prática, além de exemplos que servem de inspiração para quem não sabe por onde começar.
Se a sua escola já está na fase de elaborar os planos de aula, você encontrará vários exemplos adaptados à BNCC na internet e, o melhor, totalmente gratuitos. Acesse o site da Nova Escola e do Currículo Digital da Cidade de São Paulo e aproveite tudo o que eles tem a oferecer!
Vale destacar que estes planos de aula foram produzidos por professores e professoras que já conseguiram aplicar muitas das práticas em sala de aula. Os planos possuem diversas informações úteis e importantes como, tempo previsto para cada atividade, objetivos, materiais necessários, além do passo a passo para sua execução.

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A BNCC - Base Nacional Curricular Comum é uma realidade. Não adianta ainda ensinar como há trinta anos atrás, é preciso que nos adaptem...